O MAGO - O BRUXO

GATOS: ANTIGOS BRUXOS.

Adorado como um deus pelos antigos egipcios, perseguido como um
demonio pela Santa Inquisição, na Idade Média, os gatos são bichos
fascinantes de estimação:  geis, ego¡stas, elegantes e trapaceiros.
Pelos macios, gestos elegantes, nem parecem os diabólicos parceiros
das bruxas medievais, aquelas de vassouras e caldeirões cheios de
bruxedos e feitiçarias. O estudioso de Magia, Angelo Vinn, lembra que
os gatos são absolutamente sedutores e misteriosos, e por conta disso
for4am pintados e esculpidos por vários artistas plásticos famosos, em
óleo, guache, porcelana, marfim e até mesmo em ouro puro.
Para os ciganos, os gatos são símbolos de ast£cia, sabedoria,
prudência e magia. São tratados como reis, pois trazem felicidade,
sa£de e boa sorte. Sempre estão presentes em rituais de bruxarias.
Alguns bruxos acreditam até que os gatos são pessoas vítimas de
feitiçarias que voltam à forma humana em noites de lua cheia, para
praticarem bruxedos - diz ele.
No Antigo Egito, os gatos eram venerados como deuses, encarnados
na cabeca da deusa Bastet, senhora da caça, do amor e da luz. Angelo
Vinn observa que a adoração dos eg¡picios pelos gatos, porém,
custou-lhes uma amarga derrota militar: o rei persa Cambesis tomou
tranquilamente Mênfis, a cidade sagrada dos faraós, amarrando mil
gatos aos escudos dos guerreiros, e é claro que nenhum soldado do
exército egípicio ousou erguer a arma contra os felinos que foram
mortos logo depois da vit¢ria de Cambesis. Dois anos mais tarde, no
entanto, Cambesis morria, vítima de uma doença misteriosa. Sería
vingança dos gatos? pergunta.
A paixão pelos gatos atravessou o Oriente, com cruzados, e foi se
instalar, pouco antes da Idade Média, no coração europeu. No
princípio, os felinbos foram muito bem recebidos. Consta até, segundo
Angelo Vinn, que existia uma ordem real, na época, proibindo aos
habitantes de Gales, ne Bretanha, a posse de animais, é excessão de
gatos. Angelo Vinn conta também que, na França do século XVI, o
cavaleiro que quisesse conquistar uma dama, em vez de flores, lhe
oferecia um gato.
- Foi então que entrou em cena a Inquisição, e o gato, que era
importante nos rituais dos magos da época, não escapou à perseguição
da Igreja. O papa Inocêncio VIII, no final do século XV, mandou que
todos os bruxos fossem queimados junto com seus gatos.
Angelo Vinn (telefone 021 236-3116) lembra que, ainda adorado, mas
também detestado e mesmo amaldiçoado, o gato saiu da Europa nas
caravelas portuguesas e aportou aqui. Na bagagem trazia todas as
lendas e superstições que o tornaram célebre. Sua carrreira no Brasil
foi temperada com sabores morenos: é do grupo 14 do Jogo do Bicho,
serve tanto ao povão quanto à elite, além de ser um símbolo de azar.

Û Texto retirado do Jornal Ganesha *
Û Publicado no Rio de Janeiro *
Û Ano VI - N§ 65 - Janeiro/1997 *
Û Tel.: (021) 247-0454 *

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